Clima de COP
A I Semana do Clima da Amazônia foi encerrada na noite desta sexta-feira (18), na Estação das Docas, em Belém, coroando uma programação intensa que mobilizou a região ao longo da semana.
Durante a cerimônia, o Diretor-Presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, e a Diretora de Projetos e Fundadora do Instituto Cojovem (Cooperação da Juventude Amazônica para o Desenvolvimento Sustentável), Karla Braga, leram a Carta de Belém, com os compromissos e posicionamentos defendidos a partir das discussões da Semana do Clima. Entre eles, a transição sustentável para a Amazônia; a descarbonização com integridade territorial; a bioeconomia e o financiamento climático.
Segundo Caio Magri, “a Semana do Clima da Amazônia foi desafiadora porque ela foi proposta e iniciada há muito pouco tempo antes da realização. Então já é um orgulho”, afirmou.
Caio ressaltou ainda que foi um momento muito positivo, “conseguimos de fato construir diálogos, compromissos e sinalizar soluções em prol da Amazônia. Conseguimos pautar os principais assuntos que a Amazônia traz para o mundo, como a possibilidade de uma economia baseada na natureza e nas pessoas, novos modos de produção e, principalmente, a valorização das vozes dos territórios”, afirmou.
Com mais de 35 atividades institucionais, três grandes shows e a participação de mais de 170 painelistas e speakers, o evento consolidou-se como um marco no debate climático sobre o futuro da Amazônia. Mais de 30 empresas atuaram na correalização e organização de eventos autogestionados, ampliando o alcance e a diversidade de vozes presentes.
A noite contou ainda com um show emocionante da cantora paraense Fafá de Belém, que celebrou sua conexão com a região. “A minha relação com a Amazônia é de umbigo, a relação que tenho com esse país chamado Pará e esse continente chamado Amazônia, eu não sei mensurar. É uma relação de existência. Então eu sempre caminhei com os meus, poetas, compositores, sempre levo a Amazônia comigo. É importante abrir caminhos, discussões para pensar na Amazônia. Eu me sinto muito honrada com esse convite de encerrar a Semana do Clima da Amazônia, porque junto comigo, vem meu povo”, declarou a artista.
Escuta das comunidades marca o último dia de painéis
No último dia da Semana do Clima da Amazônia, o painel “Parcerias Privadas-Comunitárias-Sociedade Civil para o Desenvolvimento Territorial” destacou a importância de ouvir as comunidades tradicionais na construção de projetos sustentáveis. Realizado em Belém, o encontro reuniu representantes de empresas, poder público e sociedade civil para debater como grandes empreendimentos podem transformar territórios amazônicos, desde que construídos com diálogo e respeito à população local. Os participantes reforçaram que o conhecimento das comunidades, aliado ao suporte técnico e a novos arranjos institucionais, pode gerar impactos positivos duradouros.
Durante o evento, foi apresentado o Índice de Progresso Social (IPS), ferramenta que ajuda comunidades a compreender seus desafios e potencialidades com base em dados, fortalecendo seu protagonismo nas decisões territoriais. Hilário Moraes, liderança quilombola, ressaltou que os empreendimentos não devem ser impostos, “mas construídos com a participação ativa das populações afetadas. Ele defendeu que a autonomia das comunidades é essencial para reparar os danos históricos e garantir um futuro de liberdade e segurança para os povos da Amazônia”, afirmou.
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