Cooperativismo para a COP30
O cooperativismo no Pará reflete a riqueza e diversidade da Amazônia. Com um território vasto e culturalmente diverso, as cooperativas atuam em múltiplos setores, impactam diretamente e indiretamente a economia local, promovendo a inclusão social e a preservação ambiental. Cada segmento do cooperativismo paraense carrega características únicas da região e da cultura, promovendo serviços e produtos que são essenciais para o dia a dia da comunidade.
O Coop está na mesa da população através dos alimentos produzidos por agricultores; no transporte de passageiros e cargas; na construção civil; na educação; no atendimento à saúde física, mental e odontológica; no artesanato; no atendimento à população; na segurança; na reciclagem; no turismo e entre outros serviços.
A diversidade do cooperativismo no Pará não apenas movimenta a economia, mas também transforma vidas e uma comunidade inteira. Os cooperados têm acesso a melhores condições de trabalho, capacitações e ao mercado nacional e internacional. Essa estrutura fortalece a economia local e contribui para a redução das desigualdades sociais.
Só no estado do Pará, mais de 1,4 milhão de pessoas impactada direta e indiretamente com a comercialização de produtos e serviços de cooperativas, gerando mais de 5 mil empregos, representando 11% da economia do estado. No Brasil, o coop emprega 550.611 profissionais e a sua movimentação financeira alcançou R$ 692 bilhões de reais.
A sustentabilidade é um dos pilares que norteia o cooperativismo no estado, principalmente quando se trata da preservação da floresta, adoção de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), e o protagonismo da sociobioeconomia. Projetos de reflorestamento, implantação do sistema agroflorestal, uso de energias limpas e práticas regenerativas são frequentemente conduzidos pelas cooperativas paraenses, alinhando desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Além disso, o cooperativismo contribui para o alcance das metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), com a integração dos ODS em ações estratégias, refletindo o potencial transformador do cooperativismo no Brasil e sua contribuição para a realização da Agenda 2030. Essa relevância é reconhecida pela organização, que pela segunda vez na história, dedicará um ano inteiro ao cooperativismo, ou seja, 2025 é o Ano Internacional das Cooperativas.
Mostrando para a sociedade que o cooperativismo é um modelo de negócio indispensável para a mitigação das mudanças climáticas atrelado ao desenvolvimento social, comunitário e financeiro, ele se torna uma pauta importante durante o maior evento de debate e decisões sobre o clima global, a 30ª Conferência sobre Mudança do Clima, a COP30, que será realizada em Belém, do Pará, em novembro de 2025.
O cooperativismo paraense terá uma grande oportunidade de mostrar ao mundo sua diversidade e capacidade de integrar sustentabilidade, inovação, desenvolvimento econômico e social, com grande potencial de se tornar referência em soluções para os desafios climáticos e para a promoção da sociobioeconomia.
Na Amazônia, onde as riquezas naturais e os desafios socioambientais se encontram, as cooperativas desempenham um papel crucial na preservação dos recursos naturais e na geração de renda sustentável para comunidades locais, tendo a oportunidade de apresentar cases de sucesso, como a produção sustentável de alimentos, a utilização de energias renováveis e a geração de créditos de carbono, reafirmando o compromisso com um futuro mais verde.
Além disso, as discussões durante a COP30 podem ampliar o acesso das cooperativas a financiamentos verdes e parcerias internacionais, acelerando a transição para uma economia de baixo carbono na Amazônia.
O Sistema OCB/PA, representante máximo das cooperativas no Estado, pensando no fortalecimento do cooperativismo, desenvolveu um plano de ação com parceiros estratégicos, envolvendo diagnósticos, capacitação e comunicação com foco na COP30.
Bioeconomia, crédito, energias renováveis, limpeza e conversação, mobilidade e economia serão os eixos de atuação, com a sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento econômico local, resiliência comunitária, inovação e colaboração e representatividade e engajamento norteando todas as ações.
Dessa forma, o Sistema OCB/PA trabalhará para que as coops paraenses estejam no centro da governança climática, promovendo práticas sustentáveis e inclusivas que valorizem a sociobiodiversidade e a riqueza socioambiental da região. Além disso, fortalecer o papel das cooperativas na implementação de soluções inovadoras para a mitigação e adaptação às mudanças do clima, contribuindo para a preservação da Amazônia e o desenvolvimento socioeconômico sustentável das comunidades locais.
A COP30, sediada na Amazônia, será um marco histórico para consolidar a região como um exemplo de sustentabilidade e resiliência por meio do cooperativismo, deixando um legado para as futuras gerações.
Legado esse que se perpetuará por anos, com a valorização da sociobioeconomia; a inovação, agregação de valor e verticalização da cadeia produtiva; capacitação e investimento e o fortalecimento de redes e parcerias.
Com o cooperativismo à frente, a Amazônia poderá liderar o caminho para uma sociedade mais justa, ambientalmente correta e economicamente viável.
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